TERMINOLOGIA SOBRE A PESSOA QUE TEM DEFICIÊNCIA ♿
TERMINOLOGIA SOBRE A PESSOA QUE TEM DEFICIÊNCIA
Se você tivesse alguma deficiência física, intelectual,
visual, auditiva ou múltipla, de que maneira gostaria de ser tratado? Às vezes,
na tentativa de serem politicamente corretas, as pessoas acabam agindo da
maneira menos correta possível. O uso de um vocabulário inadequado pode
refletir preconceito e falta de conhecimento.
Mas existe uma terminologia adequada, decorrente de muitas
pesquisas de nível mundial. São termos simples, que refletem a realidade de
forma positiva e têm o apoio das pessoas com deficiência.
OS TERMOS MAIS ADEQUADOS
Pessoa com deficiência. Termo presente na Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU),
que o Brasil ratificou com valor de emenda constitucional em 2008. Não diga pessoa portadora de deficiência ou
portador de deficiência. A pessoa não porta, não carrega sua deficiência, ela
tem deficiência e, antes de ter a deficiência, ela é uma pessoa como qualquer
outra.
Pessoa com deficiência física. Substitui os termos
deficiente físico, o deficiente, a deficiente. O termo deficiência física se
refere à categoria dentro da qual existem muitos tipos (amputações, paralisias,
paresias, baixa estatura, amputações, malformações congênitas etc.).
Pessoa com deficiência visual. O termo deficiência visual se
refere à categoria dentro da qual existem os tipos cegueira e baixa visão (em
variados graus).
Pessoa cega. Muitas pessoas cegas aceitam ser chamadas
cegas. Evite dizer pessoa cega total ou pessoa com cegueira total ou cego
total, pois são termos redundantes.
Pessoa com baixa visão. Substitui o termo pessoa com visão
subnormal.
Pessoa com deficiência auditiva. O termo deficiência
auditiva se refere à categoria dentro da qual existem os tipos surdez e baixa
audição (em variados graus).
Pessoa surda. Muitas pessoas surdas aceitam ser chamadas
surdas. Evite dizer pessoa surda total ou pessoa com surdez total ou surdo
total.
Pessoa com baixa audição. Substitui os termos pessoa com
surdez parcial, surdo parcial, que são redundantes. Algumas pessoas com baixa
audição preferem ser chamadas pessoas com deficiência auditiva ou deficientes
auditivos em vez de pessoas com surdez parcial, pois elas não se consideram
surdas.
Pessoa com tetraplegia. Substitui os termos tetraplégico,
tetra, quadriplégico.
Pessoa com deficiência intelectual ou pessoa com déficit
cognitivo. Substitui os termos deficiente mental, excepcional, retardado
mental. O termo deficiência intelectual se refere à categoria dentro da qual
existem muitos tipos, dependendo dos apoios, habilidades adaptativas e outros
fatores.
Pessoa com transtorno mental. Substitui o termo doente
mental.
Pessoa com deficiência múltipla. É a pessoa que tem duas ou
mais deficiências ao mesmo tempo. Evite dizer pessoa com deficiências
múltiplas.
Pessoa com mobilidade reduzida. É a pessoa que, não se
enquadrando no conceito de pessoa com deficiência, tem, por qualquer motivo,
dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução
efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção: pessoa
com idade igual ou superior a 60 anos, gestante, lactante e pessoa com criança
de colo. (Decreto n. 5.296, 02/12/2004, art. 5°, § 1°, II, e §2°)
NAS COMPARAÇÕES
Em vez de criança/adulto/pessoa normal, use sem deficiência.
Em vez de sala de aula/escola/classe normal, use comum.
A antiga Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência (Corde), um órgão do Governo Federal, agora é
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD),
termo adotado através da Portaria 2.344, de 03/11/2010. Daí veio, também, o uso
oficial do termo pessoa com deficiência.
Para evitar a excessiva repetição do termo pessoas, troque-o
por curitibanos, usuários, cidadãos, alunos, trabalhadores.
Evite referir-se à pessoa com deficiência pela sigla PcD,
porque não se deve usar siglas para chamar seres humanos. Mas, se necessário,
use-a em espaços diminutos (colunas em quadros estatísticos, notícias curtas,
conversação coloquial pela internet etc.).
Evite o termo cadeirante, pois o termo ressalta o
instrumento que a pessoa porta e não o que a pessoa é. Diga usuário de cadeira de rodas, porque
coloca a pessoa à frente do instrumento com o qual se locomove. Se necessário,
você pode usar o termo cadeirante apenas em conversas informais, mas nunca em
palestras ou textos formais (acadêmicos, científicos, oficiais).