História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil ♿
Com o lançamento da publicação “História do movimento político das pessoas com deficiência”,
a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República,
em parceria com a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação,
a Ciência e a Cultura (OEI), busca resgatar a trajetória histórica desse grupo em nosso país. Esse registro inédito contribuirá para que as futuras gerações se espelhem nesses exemplos de persistência e perpetuem a caminhada pela promoção da cidadania de qualquer indivíduo, sem distinção de sexo, nacionalidade, cor de pele, faixa etária, classe social, opinião política, religião ou orientação sexual.
O livro conta a evolução da luta pelos direitos das pessoas com deficiência,
a partir da organização das mobilizações sociais na década de
70 e elaboração de suas demandas, até conquistar o seu reconhecimento e assimilação pelo Estado brasileiro com
vistas a garantir direitos de 25 milhões de pessoas.
Ao colocar a coordenação da política para inclusão da pessoa
com deficiência na pasta dos Diretos Humanos, o Governo do
Presidente Lula reconhece que esta inclusão é, antes de tudo, um
direito conquistado por este importante segmento da população a partir de
muita luta. Em 2009, a OEA reconheceu que poucos são os países
capazes de superar a ação meramente reabilitatória e assistencialista –
considerando ainda que alguns não apresentam nenhuma política pública
voltada para esse grupo. O Brasil foi enaltecido por coordenar
medidas administrativas, legislativas, judiciais e políticas públicas, sendo
considerado um dos países mais inclusivos das Américas.
Tais avanços não seriam possíveis sem a atuação engajada e
militante da sociedade civil organizada, sempre vigilante em seu papel de
cobrar do Estado brasileiro sua responsabilidade na garantia dos Direitos
Humanos das pessoas com deficiência. O trabalho de sensibilizar os poderes
públicos para as especificidades das questões ligadas a este público foi
fundamental para os avanços conquistados até aqui, apesar dos inúmeros desafios
que ainda precisam ser superados.
Nos ultimos oito anos, importantes passos foram dados. A
interação democrática entre Estado e sociedade civil, com a realização
inovadora das 1° e 2° Conferências Nacionais dos Direitos das Pessoas com
Deficiência, em 2006 e 2008, assim como encontros nacionais de conselhos
estaduais ligados ao tema, possibilitaram maior participação da sociedade civil
na discussão sobre os rumos que o Brasil segue nesta área. As principais
decisões adotadas nesses fóruns de ampla participação democrática foram
incorporadas integralmente ao 3° Programa Nacional dos Direitos Humanos
(PNDH3), lançado em dezembro de 2009.
O Brasil avança nesse marco civilizatório em Direitos
Humanos, com a sociedade assegurando mais liberdade, igualdade e solidariedade.
Liberdade que começa com a eliminação das barreiras físicas e de atitude, as
barreiras do preconceito e as que impedem a igualdade nas oportunidades de
emprego.
Ao unificar as ações do Poder Executivo voltado para as
pessoas com deficiência, a Agenda Social do Governo Lula produziu resultados
expressivos no que se refere às pessoas com deficiência. Os investimentos em
educação inclusiva foram multiplicados em 5 vezes, elevando de R$ 60 milhões
para mais de R$ 300 milhões, entre 2002 e 2010, as ações de reabilitação
receberam recursos da ordem de R$ 2,5 bilhões nos últimos oito anos e o Projeto
Minha Casa, Minha Vida construirá 2 milhões de unidades respeitando o desenho
universal da acessibilidade. É importante destacar ainda avanços nos marcos
institucional e regulatório como o Decreto da Acessibilidade, a Lei de Libras,
o Decreto do Cão Guia e a elevação da Coordenadoria Nacional para Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência (Corde) ao status de Secretaria Nacional, 20
anos depois de sua criação em 1989.
O Brasil é hoje uma referência mundial na reparação de
vitimas da hanseníase que foram segregadas do convivio social no passado. E
aprovou em 2008 a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, pela primeira vez com força de preceito constitucional, fato que
balizará toda a discussão em torno de um possível estatuto dos direitos da
pessoa com deficiência. Soma-se a isso a oportunidade de receber a Copa do
Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, desafios que exigirão novos avanços para
a inclusão deste grupo, não só assegurando acessibilidade nas novas construções,
mas com a criação de estruturas permanentes que ampliarão as chances dos
esportes paraolímpicos.
Em resumo, o Brasil não mais recuará na promoção e defesa
dos Direitos Humanos das pessoas com deficiência. E contará sempre com um
movimento social forte e engajado para impulsionar o Estado a aprofundar essas
conquistas. Que esta luta siga adiante!
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